Ninguém precisa saber de quando eu bato a cara na parede, dos problemas que tenho tentado resolver todos os dias, e de todas as minhas preocupações com relação ao futuro. Prefiro parecer essa mulher ainda menina, apaixonada, sorridente.
Melhor que ninguém imagine que eu choro às vezes ao dormir. Que chego dos bares me arrependendo da vida. Que me questiono todos os dias se sou uma pessoa boa ou não, se encontrarei aquele amor pra vida toda, se serei uma boa mãe… Prefiro não falar sobre as noites que tive medo e não dormi, sobre as manhãs em que não quis me levantar da cama, sobre todas essas vezes em que tive certeza de que eu estava sozinha no mundo.
Prefiro que me vejam assim, nos textos de mulherzinha, sempre falando sobre o amor e o quase-amor, o quase-quase, o quase-nada… Isso é o que penso de bom, a minha visão de vida leve, da felicidade, de paz… O amor e o lirismo que me distraem da realidade.
Neste momento está chovendo, e eu estou sob pressão novamente. O que vai ser eu não sei, mas estou tentando manter a fé e o sorriso nos lábios, embora todos esses problemas tenham vindo ao mesmo tempo como uma tempestade. Eu sou alguém que mantém os pés firmes. “Porque todo mundo sofre e todo mundo chora”¹, e eu gravei isso em minha pele pra lembrar de ser forte sempre.
Por isso, ninguém precisa saber… Inventemos mais um amor e sejamos felizes para sempre.
“Quando a noite está nublada
Há ainda uma luz sobre mim
Brilhando até amanhã
Deixe estar”
(Let it Be – The Beatles)
¹ Everybody hurts – R.E.M
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